Oi, bem vindo. Sinta-se em casa! Sente no nosso banquinho, aprecie as flores e as borboletas, espero que goste dos textos, da visita...e que retorne!
Quando eu for, um dia desses, poeira ou folha levada no vento da madrugada, serei um pouco do nada invisível, delicioso que faz com que o teu ar pareça mais um olhar...
Mário Quintana
Wednesday, November 01, 2006
O jardim
Ontem escrevi poemas Nos canteiros do meu jardim. Animada, afogueada, em alvoroço, Abraçada a vasos, folhas e pétalas, Inspirada ao aspirar o aroma silvestre Das flores, das plantas, da seiva, Declinei o lápis sedutor e o papel, Tomei a terra, o ancinho e a colher, Decidida, quebrei ressequidas ramagens, Exaltada, daninhas ervas arranquei, Ao solo me lancei, confiante, e mergulhei Minhas mãos, na terra fértil e gentil. Tirei pedras e raízes, desenhei linhas De promissores bolbos, enterrados Sob o húmus revolvido e alisado. Sementes lancei, em métrica cuidada. Azáleas rimei com admiráveis ciclamens. Margaridas de fogosas vestes combinei Com amarelos narcisos em sono recatado. Confortei o cândido limoeiro e ergui, por fim, Para o céu, o corpo cansado e feliz, As faces coradas, o cabelo em desalinho, Acompanhando a aragem e o sol alaranjado – Chave de ouro de outonal entardecer – No caminho luminoso do Poente.