Oi, bem vindo. Sinta-se em casa! Sente no nosso banquinho, aprecie as flores e as borboletas, espero que goste dos textos, da visita...e que retorne!
Quando eu for, um dia desses, poeira ou folha levada no vento da madrugada, serei um pouco do nada invisível, delicioso que faz com que o teu ar pareça mais um olhar...
Mário Quintana
Wednesday, December 21, 2005
Presépio Vivo
Nos recantos pobres de minha cidade, Em contraste com a arte das vitrinas, Existem lá os presépios de verdade, Debaixo da ponte ou num prédio em ruínas.
Enquanto nas lojas em exposição, A opulência desfigura Belém, Lá, sob a luz de vela ou de lampião, Uma "Maria" pare um filho também.
Em vez de arte e luz fluorescente, Atrativos do comércio natalino, Na pobreza chega mais um inocente, Uma indigente ganha mais um menino.
Há sempre um Papai Noel em cada esquina. E nele se fixa todo um horizonte... Total alvoroço diante da vitrina, Ninguém chega a olhar debaixo da ponte.
Nem o choro alto do recém-nascido, Que vem do subterrâneo miserável, Atrai ao presépio vivo, escondido, Alguém da vã sociedade responsável.