Oi, bem vindo. Sinta-se em casa! Sente no nosso banquinho, aprecie as flores e as borboletas, espero que goste dos textos, da visita...e que retorne!
Quando eu for, um dia desses, poeira ou folha levada no vento da madrugada, serei um pouco do nada invisível, delicioso que faz com que o teu ar pareça mais um olhar...
Mário Quintana
Sunday, January 07, 2007
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhoso espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana
Postado Por Destinyth Hora 4:30 PM
|
Thursday, December 28, 2006
Chegaste, é tudo
(...)Chegaste no primeiro dia de um mês novo. De um ano novo de uma vida nova. Que seria sempre um dia novo de um mês novo. De um ano novo por me trazer vida nova. Chegaste como quem sempre esteve. (...)Como um espaço mágico de um tempo mágico. Em que estás sem ter chegado. Em que chegas sem te ausentares. E cada minuto de abraçar o teu ar. Cada minuto de respirar o teu braço. E cada minuto de pressentir o teu corpo. Cada minuto de possuir o teu espírito. Esqueço dias de meses anteriores. De anos anteriores de vidas anteriores. Das minhas e das tuas. Horas vidas recantos lugares memórias. Esqueço a vida os tempos e os espaços. Cada minuto da tua presença. Faz-me esquecer um dia da tua ausência. Em breve não saberei quem sou. Só tu existes. Nessa calçada. Nessa cidade. Neste homem.
Paulo Bernardino Vieira
Adaptação feita por mim dedicada ao meu Gonçalo, Feliz Ano Novo prá nós, meu amor
Postado Por Destinyth Hora 3:31 PM
|
Monday, November 27, 2006
Jesus, um nordestino
"Eu penso que Jesus devia de nascer em Belém, na Paraíba. Sim, em Belém, perto de Guarabira e vizinho de Pirpirituba. E se não bastasse a vizinhança a indicar a rima e o caminho, perto de Nova Cruz. Teria sido filho caçula de uma Dona Maria, mulher dona de beleza e inspiradora de bondade nas pessoas. Teria sido menino moreno, muito esperto, embalado em rede de algodão cru. Teria tido sandálias com currulepo entre os dedos e cajus, em dezembro, a lhe matar a sede. E seu pastor ... um vaqueiro nordestino, de gibão e perneira e guarda-peito, para livrar as suas carnes da Jurema. Teriam vindo adorar o deus-menino os Santos Reis entrelaçados de bom jeito: um negro, um índio e um branco português. Teria sido fácil encontrar espinhos, para coroar a fronte de Jesus, e um pau de arara em São José do Egito para levá-lo, retirante, para São Paulo. Um santo feito para as grandes secas! 'Meu Deus, meu Deus, por que nos abandonaste...', exclamaria enquanto repartiria com o povo nu as suas vestes, multiplicadas como pães ou peixes. Quando criança, o Jesus da Paraíba teria sido carpinteiro como seu pai, teria feito caixões azuis para os anjos do lugar. E proezas num cavalo de pau. Sim, num cavalo de pau, pois seu jumento teria sido muito magro e nem teria servido para carne de jabá. Jesus teria sido um menino desnutrido a fazer o bem, desnutrido como os outros da região, onde as coisas só vão na base do milagre ou da força parida da vontade. Eu penso que Jesus devia de nascer em Belém, na Paraíba!"
Diógenes da Cunha Lima
Texto adaptado
Postado Por Destinyth Hora 1:49 AM
|
Wednesday, November 01, 2006
O jardim
Ontem escrevi poemas Nos canteiros do meu jardim. Animada, afogueada, em alvoroço, Abraçada a vasos, folhas e pétalas, Inspirada ao aspirar o aroma silvestre Das flores, das plantas, da seiva, Declinei o lápis sedutor e o papel, Tomei a terra, o ancinho e a colher, Decidida, quebrei ressequidas ramagens, Exaltada, daninhas ervas arranquei, Ao solo me lancei, confiante, e mergulhei Minhas mãos, na terra fértil e gentil. Tirei pedras e raízes, desenhei linhas De promissores bolbos, enterrados Sob o húmus revolvido e alisado. Sementes lancei, em métrica cuidada. Azáleas rimei com admiráveis ciclamens. Margaridas de fogosas vestes combinei Com amarelos narcisos em sono recatado. Confortei o cândido limoeiro e ergui, por fim, Para o céu, o corpo cansado e feliz, As faces coradas, o cabelo em desalinho, Acompanhando a aragem e o sol alaranjado – Chave de ouro de outonal entardecer – No caminho luminoso do Poente.
Ilona Bastos
Postado Por Destinyth Hora 9:02 AM
|
Saturday, October 28, 2006
Minha aldeia é todo o mundo Todo o mundo me pertence Aqui me encontro e confundo Com gente de todo o mundo Que a todo o mundo pertence.